Ellen White – “Charlatã” ou “Bruxa da Nova Era”?

Quem foi Ellen White (26/11/1827 a 24/07/1915)?

Para muitas pessoas da sua época, Ellen White era a “profetisa dos adventistas”. Outros a consideravam como “reformadora e terapeuta da saúde”. Alguns médicos e pastores da própria igreja da qual ela era membro, por não acreditarem em suas visões, a tachavam de “endemoninhada” ou “possuída pelo demônio”; e afirmavam ainda que as curas por ela promovidas pelos meios não-convencionais, não passavam de “mesmerismo”, ou seja, “cura pelo magnetismo”. Por fim, ela foi discriminada, desprezada e perseguida pela cúpula da igreja que a expulsou dos EUA.

Afinal, quem foi essa mulher tão combatida, criticada e odiada?

Acima de tudo, ela foi uma terapeuta reformadora da saúde por iluminação divina. Como todo terapeuta é um orientador e alerta o povo dos perigos oferecidos pelo alimento cárneo, pelos enlatados e conservantes, além de denunciar os efeitos danosos promovidos pelos refrigerantes e pelos medicamentos, Ellen White conclamava os adventistas à prática da verdadeira temperança, e aconselhava a abandonarem o uso de carne de porco, carne bovina, fumo, álcool, condimentos etc. Essa sua atitude incomodou muitos empresários da própria igreja que desenvolviam as atividades de criatório de porcos, destilarias de álcool e fábricas de cigarros e charutos.

Insatisfeitos com os sermões de Ellen que condenava a intemperança e conclamava o povo para a prática de uma reforma de saúde, incluindo uma reforma alimentar; os empresários presumivelmente se reuniram com a Associação Geral da IASD e exigiram uma tomada de posição no sentido de silenciá-la, sob pena de suspender a devolução do dízimo se ela continuasse criando um clima de instabilidade financeira para o empresariado. Como a Associação Geral não podia expulsar Ellen White da igreja por vir pregando sobre reforma alimentar, uma vez que o povo adventista a tinha como sua profetisa, e apreciava seus sermões sobre essa questão, a entidade esperou uma oportunidade para enviá-la contra a sua vontade para a Austrália, onde ela permaneceu durante nove anos chorando toda noite com saudade da América do Norte.

Foi em 1888, durante a realização da Assembléia Geral, em Minneápolis, Minnesota (EUA), que a Associação Geral da IASD aproveitou a oportunidade para satisfazer os empresários da igreja no sentido de “silenciar” a profetisa, enviando-a para a Austrália contra sua vontade. Isto aconteceu depois de Ellen White ter apoiado os dois reformadores Waggoner e T.Jones, que contrariavam a cúpula da igreja com suas teses sobre a “justificação pela fé”.

Apesar de Ellen White ter lamentado sua retirada dos Estados Unidos da América para um país desconhecido e longínquo; mas foi na Austrália que ela teve oportunidade de escrever artigos e jornais sobre saúde, como também, foi ali naquele país que ela atuou como terapeuta holística, desenvolvendo as terapias naturais.

No volume 2 do seu livro: Mensagens Escolhidas, Ellen se identifica como terapeuta da saúde. Esse livro é cheio de experiências pessoais na érea terapêutica, onde ela condena o tratamento pelo uso de drogas e defende as terapias naturais da chamada Medicina Alternativa.

Em 1865 a senhora White fez um apelo à Igreja Adventista do Sétimo Dia, de que era membro, para que essa instituição religiosa estabelecesse uma Escola de Formação de Médicos Holísticos em que se formassem médicos não-convencionais. A Associação Geral da IASD atendeu aos apelos da mentora religiosa e estabeleceu em Battle Creek, Michigan, ao Sul da Califórnia, a primeira Faculdade de Medicina Natural do mundo. Esse Colégio Médico denominado de Santuário de Loma Linda foi inaugurado na manhã de domingo de 15 de abril de 1906, tendo essa terapeuta da saúde como a oradora oficial.

A Escola Médica Adventista de Loma Linda funcionou como Faculdade de formação de médicos holísticos até a Segunda Guerra Mundial. Ellen White propôs a criação da Escola Médica de Loma Linda para a formação de médicos naturopata, uma vez que na sua época, segundo ela, “todo médico convencional era feiticeiro e magnetizador”. A Medicina, pelo fato de ter sido originada no Egito à sombra do paganismo, do misticismo, da idolatria, da magia e da superstição, ela não passava de feitiçaria e magia.

A escola médica de Loma Linda funcionava como o maior e único centro de formação de médicos não-convencionais, tendo como principal alvo o resgate da Medicina Natural que teria sido criada pelo Criador, no Éden. Com as experiências malucas de Hitler, que através da Medicina nazista matou nos campos de concentração seis milhões de Judeus, a Medicina ocidental despertou para o estudo da ciência na área de cirurgias e anatomia humana. Temendo represálias da parte de Hitler, a igreja adventista admitiu a entrada da Medicina nazista em Loma Linda, daí a instituição religiosa perdeu sua identidade de detentora da Medicina Natural. Hoje ela forma médicos comuns ou convencionais, além de vir apoiando e defendendo a Medicina que outrora Ellen White considerava como “feitiçaria de Satanás”.

Levando-se em consideração o fato de a igreja estar comprometida com a moderna ciência médica e, por essa razão, se coloca contra os terapeutas da saúde da própria instituição religiosa; se Ellen White vivesse hoje entre os adventistas ela seria acusada de “charlatanismo” ou denunciada por prática de feitiçaria ou “exercício ilegal da Medicina”. E, sobretudo, seria expulsa, desta vez não dos EUA, mas da igreja, como “bruxa da Nova Era”, sob a acusação de desobediência ou descumprimento dos “Votos Sobre Saúde da IASD” que foram impostos pela Associação Geral, em 1996, e pela Associação Sul-Americana, em 1997, que condenam as terapias naturais e enaltecem a ciência médica.

A briga toda é por causa da alimentação de carnes. Por incentivo da própria Associação Geral da IASD que nunca jamais levou a sério essa questão do comer carne, os membros da igreja na sua maioria, inclusive os pastores da Obra que deveriam ser um exemplo, são comedores de carne de cadáveres e bebedores de Coca-cola.

Fontes: A Mensageira Profética, livro do pastor norte-americano Douglas publicado pela Casa Publicadora Brasileira, além de Medicina e Salvação, e Testemunhos Seletos, vol. 2, e Filosofia Adventista de Saúde e Cura.